Uma conversa que tive esta semana fez-me pensar sobre meu modo positivo de enxergar as coisas no mundo. Questionaram-me se, por eu fazer trabalho voluntário e estar, assim, num ambiente cercado por pessoas de bem, eu estaria vivendo numa bolha de solidariedade, muito diferente da realidade da grande maioria dos seres humanos, e por isso minha fé na evolução moral da humanidade.
Ouço muito isso de ser muito otimista. É certo que sou a pessoa que vê o copo sempre meio cheio, que já foi acusada de sempre procurar o lado bom do inimigo e de ter a “síndrome de Pollyanna”. Confesso que o livro de Elenor H. Porter (Pollyanna e Pollyanna Moça) foi um marco em minha vida e que procuro, sim, jogar o jogo do contente sempre que consigo. Mas, na verdade, eu acho que é tudo uma questão de fé. O Universo, já nos provou a ciência inúmeras vezes, é de uma exatidão que nós pouco conseguimos, ainda, imaginar. Cada detalhe está dentro de regras cuja precisão nossa mente ainda não alcança. Só recentemente a ciência descobriu a potência das ondas emanadas pelos pensamentos. Assim, acredito na energia que liberamos ao vibrar positivamente e confiar no desfecho do que não conseguimos controlar.
Além disso, acredito em dar exemplo mais do que em dar sermão. Acredito, ainda, que ficar repetindo que tudo vai mal não vai fazer ficar melhor. Por isso, procuro me apegar aos pequenos sucessos, potencializando sua capacidade de gerar o bem, transformando-os em impulsionadores de melhores práticas.
Se estou sendo otimista demais, não sei. Percebo todas as nossas dificuldades e as falhas advindas do mau uso de nossa inteligência. Não estou me enganando, pintando o bolor de cor-de-rosa. Apenas acredito em acreditar e em entregar, na confiança de que tudo acontecerá não da forma que nós, com a nossa restrita capacidade de avaliação, esperamos, mas da forma que deve ser, para manter a harmonia de todas as coisas na exatidão Universal.
Irmã Dulce disse “Tudo o que acontece no universo tem uma razão de ser, um objetivo. Nós, como seres humanos, temos uma só lição nessa vida: seguir em frente e ter a certeza de que, apesar de às vezes estar escuro, o sol sempre vai voltar a brilhar”.
E o sol, as vezes, brilha entre as densas nuvens!
Nota: Para quem ainda não leu o livro Pollyanna, explico: o jogo do contente consiste em encontrar sempre um motivo para se alegrar, por mínimo que seja, em todos os problemas que nos afligem. Explicação rápida para não dar spoiler