quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Ano Novo

 

E 2021 chegou.  Não como esperávamos lá no meio de 2020, mas ainda assim, com alguma esperança. Foi diferente dos últimos Réveillons, quando todos nós, mortais, em meio ao calor dos abraços e ao espocar de rolhas de espumante e fogos coloridos, desejávamos coisas como dinheiro, viagens, amor... Neste 31 de dezembro esquisito, o pedido era outro:  em uníssono, pedimos que as coisas voltassem logo a ser como eram. Foi uma esperança que retrocedeu ao invés de avançar. Queríamos ir aos mesmos passeios, encontrar as mesmas pessoas de antes. Chegamos a desejar que a ceia de Natal voltasse a ter a família toda discutindo política ou comportamento em volta da mesa, culminando com a inevitável piada infame diante do pavê (aquela cena que abominávamos ano a ano...)

Neste Réveillon, o branco ficou em segundo plano - vestiu-se azul claro para atrair saúde. E nas orações, que voltaram à moda pelas mãos dos vírus, o mundo inteiro pedia, primeiro, a vacina. Na retrospectiva do ano houve mais perdas do que ganhos e percebemos o quanto fomos injustos com 2019... e com 2018 ... 17... 16... A vida, afinal, era boa sim. A gente tinha uma certa liberdade, algum lazer. E aquele colega difícil do escritório está até fazendo falta, diante dos desafios do Home Office.

O réveillon deste ano não mudou, como acontecia sempre num passe de mágica, o velho para o novo. Não ainda. Estamos com a sensação de que continua sendo dezembro do ano passado. A esperada vacina chegou ao noticiário, mas ainda está longe do nosso braço. A incerteza continua sendo a única certeza em nossas vidas. Não sei vocês, mas eu me sinto na prorrogação de um jogo angustiante que talvez ainda vá para a disputa de pênaltis. E a taça deste Campeonato só será levantada por quem conseguir permanecer vivo.

Pode ser que lá pelo segundo semestre nós possamos fazer um novo Réveillon, este sim com esperanças renovadas e planos para o futuro, embora ainda sem aglomerações e usando máscaras. Se tudo correr bem. E se fizermos a nossa lição de casa, nos comportando melhor do que até agora. Alunos rebeldes não passam de ano – e neste caso podem não passar de mês ou de semana aqui na Terra.

Mais um pouco de paciência e disciplina e a tempestade já irá passar. Afinal, o que são dois anos de pausa diante de uma vida inteira...

 

3 comentários:

  1. Minha amiga, você é uma benção!!!!

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  2. Lindo texto!Parabéns!Paciência é realmente o que precisamos, pois a vacina está chegando...

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  3. Adorei Lu.Paciência e iremos passar por mais esse desafio. 🙏🙏🙏💪

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